
Nesta página você encontra alguns Poemas relacionados com conflitos históricos, os quais foram escolhidos pelos alunos do Colégio Estadual do Paraná (CEP).
Nós somos os flagelados do Vento-Leste!
A nosso favor
não houve campanhas de solidariedade
não se abriram os lares para nos abrigar
e não houve braços estendidos fraternamente para nós
Somos os flagelados do Vento-Leste!
O mar transmitiu-nos a sua perseverança
Aprendemos com o vento o bailar na desgraça
As cabras ensinaram-nos a comer pedras para não perecermos
Somos os flagelados do Vento-Leste!
Morremos e ressuscitamos todos os anos
para desespero dos que nos impedem a caminhada
Teimosamente continuamos de pé
num desafio aos deuses e aos homens
E as estiagens já não nos metem medo
porque descobrimos a origem das coisas
(quando pudermos!…)
Somos os flagelados do Vento-Leste!
Os homens esqueceram-se de nos chamar irmãos
E as vozes solidárias que temos sempre escutado
São apenas
as vozes do mar
que nos salgou o sangue
as vozes do vento
que nos entranhou o ritmo do equilíbrio
e as vozes das nossas montanhas
estranha e silenciosamente musicais
Nós somos os flagelados do Vento-Leste!
Ovidio Martins
Aluno Responsável pelo Poema: Brinsan Negrabri - 3°K
O
poema do caboverdiano Ovidio Martins convoca a resistência e a luta por
libertação da Ilha de Cabo Verde.O poeta, (nascido em 17/08/1958,
Mindelo, Ilha de São Vicente) é um fundamental representante das letras
do arquipélago e na luta pela libertação de Cabo Verde do jugo colonial.
Com uma poesia de incontestável apelo social, o poeta, em versos
agressivos e diretos, auxiliou na busca identitária e na conscientização
da população de sua terra contra o execrável sistema colonial
português, apesar das peculiaridades que a colonização adquiriu nas
ilhas. Segundo José Carlos Venâncio, "é a poesia de Ovídio Martins, dos
poetas que iniciam em Cabo Verde uma literatura de empenho político,
aquela que mais longe chegou, que mais informou esteticamente a
cabo-verdianidade". (VENÂNCIO, 1992, p. 33)
O poeta Ovídio Martins compõe o grupo que criou o Suplemento Dominical (1958), poetas ligados à revista Certeza (1944), de tendência marxista, e "enceta a substituição do conceito regional pelo conceito nacional" (FERREIRA, 1987, p. 56). A poesia neste período é combativa em relação ao colonialismo, valoriza o sentimento nacional e o bem da coletividade, o arquipélago cabo-verdiano é cantando em uníssono.
" Ao longo da história os povos africanos sofreram com guerras incentivadas pelo colonialismo, geradas pelos povos que se auto denominam superiores, nunca se importando com a cultura, as crenças e o modo de vida desses povos, sempre passando por cima, visando lucro, domínio e poder. Mas o povo africano nunca se rendeu, continuou firme e venceu guerras, deixando uma marca na história, mostrando sua força aos outros povos."
O poeta Ovídio Martins compõe o grupo que criou o Suplemento Dominical (1958), poetas ligados à revista Certeza (1944), de tendência marxista, e "enceta a substituição do conceito regional pelo conceito nacional" (FERREIRA, 1987, p. 56). A poesia neste período é combativa em relação ao colonialismo, valoriza o sentimento nacional e o bem da coletividade, o arquipélago cabo-verdiano é cantando em uníssono.
" Ao longo da história os povos africanos sofreram com guerras incentivadas pelo colonialismo, geradas pelos povos que se auto denominam superiores, nunca se importando com a cultura, as crenças e o modo de vida desses povos, sempre passando por cima, visando lucro, domínio e poder. Mas o povo africano nunca se rendeu, continuou firme e venceu guerras, deixando uma marca na história, mostrando sua força aos outros povos."
''A cultura não é uma coisa imutável, pronta e acabada. A prática cultural é dinâmica e coletiva!A cultura por ser potencialmente transformadora pode nos mostrar novas formas de ser. Assim, a dança, a música, podem nos levar não só a emoções fortes e vitais, como a alegria, a tristeza, a saudade, a lembrança, o sonho, pode nos levar à reflexão, a uma identidade cultural forte e concisa''
Aluno Responsável pelo Poema: Brinsan Negrabri - 3°K